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O DERRADEIRO POEMA SOBRE O VÍRUS                 COM O SUBTÍTULO             ABRIL EM CHERNOBLY Ou será Chernobly em abril? Não sei, não sei, não interessa! Este é o derradeiro poema (quero dizer, Soneto) à vinda do Birus, do Vírus, do Tirus. Tirus? Sim vinte tiros (com sotaque do norte) no pé. Mas pior é ver a Genética com a Estética (mais alguma palavra que acabe em -ética?) Bom, eu até procurava no dicionário mais alguma bonita palavra, mas, confesso, não me apetece nada ir receber o Camões. E, sim, este poema, este soneto de cama , é mau. É, claro, que é mau. Tinha de ser mau para servir de lupa amplificadora do vírus que anda por aí em jornais de duas siglas. Mau até dar com um pau.                           (até rima, já viram?) Recapitulemos: este poema, sim, é o derradeiro poema sobre o vírus. Mas qual vírus? O da linguagem ( Langua ge is a vírus ) ou do contente nome?
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       DEZ AVES PARA A    ELISABETE MARQUES I                      Colibri Entre o indicador e o mindinho dez ninhos sonham pousar o seu corpo prateado. Dentro deste teu pulso brilham as lantejoulas do mel. Sobe à minha traqueia e voa.                        II                  Andorinha No voo aplanado do dorso o tempo deslizou imóvel na surpresa do vento. Lágrimas corriam-lhe pelo rosto até fim do crepúsculo. Sentado no vento o velho decifrava as geometrias da dança.                        III                     Cisne Dois cines existem sob os olhos o braço que se enrola noutro braço a pena da vida e a pena da morte. Foi no seu pescoço que a morte escondeu a chave da sua morte. Por isso dança em redopio a beleza frente aos nossos olhos.                          IV                      Pavão O rei da luxúria na sua pele de mil olhos foi desejado por todas as fêmeas do jardim. As mais velhas ainda contam