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Showing posts from August, 2022
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                                     KIT DE UMA LÉSBICA NO EXÍLIO            E OUTRAS FUTILIDADES PÓS-MODERNAS DA ACADEMIA                              - EM 10 PASSOS PARA POUPAR PAPEL –   1 - Ser antipolítica no papel e política no sofá enquanto se pinta as unhas. 2 – Beijar cedo a mão da saraivada do norte e dos seus humildes súbditos. 3 - Criar cedo colóquios para crianças moscas e outros insetos de cor vermelha. 4 – Propagar um nome escolher uma porta com cenas e seguir para o país tropical. 5 – Encher a mochila com noções de ilustração barata que confundiremos com desenho. 6 – Mandar mensagens a quem interessa no momento certo e desligar no momento incerto. 7 – Escrever cartas de agradecimento pelos apoios e pressões via Porto até à Cátedra. 8 – Enviar confettis ao norte em agradecimento por citação em ensaio sobre o país deserto. 9 – Roubar gravuras sobre Totentaz e assinar por baixo em capas da porta do inferno romano. 10 – Olhar no espelho e pedir à Marg
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                DO “ELOGIO MÚTUO” AOS MUI VENERADOS DOUTORES ENTRE A ACADEMIA NACIONAL E A ACADEMIA DO BRASIL   Senhores! Senhores! Venham assistir a mais um espéculo das letras. Sejam bem-vindos ao renovado “elogio mútuo” desta vez a escala alargada. Isso da poesia não dá dinheiro a não ser que seja para vender no brasil! Se duvidas houvesse bastaria passar os olhos pelo triste facebook das tristes feras para entendermos os elogios mútuos em cascata. “Não não passe você primeiro”. “Não não eu insito passe você primeiro”. “Oh meu caro tanta é a tua generosidade”. “Amanhã levar-lhe-ei uma perna de franco se o seu guisado aqui ficar pronto até às quatro horas de Lisboa”.   Aqui não se falará de porcelanas em velhos salões nem do coração de Pedro IV nem do olhar da Gabriela (não essa do oco barrigão) mas da do cravo e canela nem do tráfico de escravos antigos nem do tráfico moderno e pós-moderno de escravos altermodernos. Nada disso se dirá! Só anotaremos sarcófagos corpos! Ou melhor dize
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                       CANINA   Longe vai o tempo em que atrás do balcão forçava sorrisos a ver se vendia mais um livro. Banal furor de se ver e atirar para o lado! Pálida e tísica como uma cona à espera de ser lambida era ela ali com todos os sinais de frígida que nunca conheceu homem. Pedindo dedos! Pedindo dedos! Mas isso era antes do segredo da criação do enigma forçado tão forçado que qualquer leitor minimamente atento encontrava-lhe facilmente as costuras. Pavão com coral o fim do mundo ali ao fundo com a avó de gaia e na volta uma seta apontada a um "deus" de Vila de Conde. Mas isso foi antes dela subir as escadas para o jantar no Inês de Castro.   Todas as vezes que a arrumadora de carros a convidava a participar no sarau das Lésbicas do Porto ela fazia-se rogada como se o pavão do Palácio de Cristal apenas corresse para ela e para o canto das tísicas do Norte. Forçava uma pureza e virgindade que não tinha e tão bem que