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          O DADAÍSTA DE PONTA                     DELGADA   Frente ao espelho, as setas regressam a casa!         -Raul Milhafe   Saber a diferença entre "dadaísta" e "expressionista" é uma tarefa fácil! disse a criatura com o copo erguido. Aprendera a palavra dadaísta no cursinho de verão e nunca mais a largara. Não porque soubesse o que realmente significava mas porque acreditava que era sinónimo de ignorante . Afinal quem era o real entendido nas artes plásticas da cidade? Ele! O problema real é que se soubesse o significado da palavra teria compreendido que atirar para o papel palavras ao acaso era uma verdadeira atitude dadaísta! E sendo assim o verdadeiro dadaísta era ele. Mas sou eu que defendo que até o  acaso  merece lugar.  Sempre da  colagem  fui um  grande  apreciador!    Importante é nesta última estrofe tentar explicar que sem conteúdo não há palavras eloquentes que nos salvem ou que nos expliquem
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                                                           NOTAS DE REGRESSO #1 CONSERVADORISMO / NECROMANCIA / TEIA Estou há três meses em S. Miguel, Açores. Nestes meses, tudo o que tenho visto, lido nos jornais insulares, ouvido e presenciado não me tem espantado. Nada! Tudo já era esperado. As duas palavras que melhor definem tudo isto são as seguintes: Conservadorismo e Necromancia. A primeira, apesar de alguns aspetos negativos, tem muitos outros positivos, sobretudo o conservar da História e de alguma Cultura Insular. Já a segunda, a Necromancia, só apresenta aspetos negativos, pois ela está ligada a todas as formas de bloqueio. Bloqueio ao dinamismo, bloqueio à pluralidade, bloqueio à diversidade e, em última instância, bloqueio à própria noção dinâmica de Cultura. Os necromantes utilizam a desculpa da necessidade de preservar a História e a Cultura Insular para bloquear qualquer entrada de novas ideias e/ou estéticas. Vivem agar
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                              O SENHOR COGITO MANDA                                TELEGRAMAS À CRÍTICA                                                                          “Telegramas com Telegramas                                                                           se pagam” – Raul Milhafre                                                                                            “Belzebu apoia as Artes”                                                                                            - Zbigniew Herbert                              Telegrama 1 Frente ao texto, qualquer texto (a pintura é também um texto), por mais grotesco que seja, despir tudo, sobretudo o Gosto. Horas depois voltar a vesti-lo.                                Telegrama 2 Face ao óbvio colocar questões óbvias e outras menos óbvias e ver o que acontece. Por vezes, o não acontecer nada é um acontecimento, uma espécie de bofetada.                               Telegrama 3  Nunca esquecer o contexto, a