DE “FOGO”
"O Pikachu não gosta de legendas de poesia."
- Raul Milhafre
O
velho do “fogo”
(ou
seria do isqueiro bic?)
colecionava paisagens secas do interior
desenhos de netos
sobrinhos netos
alguns de velhos filhos. Vivia rodeado de bibelots!
E enquanto distribuía testamentos de poeta
e minhocas aos rouxinóis
cantava sossegadamente
como pequenino
melro.
Cantava
cantava
a velha canção
repetitiva do velho esquecido
no monte. Uma canção que
começava por O gato moço
de gosto duvidoso
todos lia
menos este osso..
E foi aqui que desliguei o
videoclip do Youtube. Aquele que
recuperava velhas carcaças
do esquecido interior.
A vida é tão dolorosa não é verdade?
Não
há fotografia de seco interior
com formigas larvas e bicos
que nos salva.
Tragédia ou comédia?
Não sabemos.
O que sabemos é que
a eira será limpa
no dia em que o seu caixão passar
por cima da velha ponte romana
a única digna de suportar a leveza do seu colorau.
No primeiro dia será "Deus".
No segundo será Maria
No terceiro quem?
Tão fácil como isso!
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