AÇORES

VINTE MIL E VINTE SETE

 


SEJAM MUITO BEM-VINDOS AOS

AÇORES VINTE MIL E VINTE SETE!

 

Dizia a letras garrafais a faixa sublime

pendurada naquilo que restava da

velha ponte dos nove arcos.

Neste magnânimo ano podemos

finalmente enumerar os altos

melhoramentos para o Turista

- este ser que sustenta o sol de

manhã até ao fim do dia!

 Ora Vejamos:


A avenida marginal do norte da ilha

foi hoje – dia de abertura da feira –

finalmente inaugurada! Nela podemos

 ver o mar vermelho por onde dizem

ter passado o segundo Moisés Hermético

que há memória cá na ilha. Primeiro 

                                                    desastre!

 

As portas da velha cidade foram finalmente

encimadas segundo os desígnios da velha

ordem insular. Aquela que sobrevive nos

velhos pergaminhos de ouro dos que se

autoproclamam juristas do bom gosto!

                                 Segundo desastre!

 

Ainda vive. Quem? O último Necromante!

É pai direto pela parte do tio da mãe da avó

materna daquele que escreveu quarenta 

livros imemoriais. Não seria capaz de dizer

um único título sublime! Vigésimo terceiro

                                          desastre!

 

Mas 

o mais importante de tudo 

é finalmente termos conseguido

neste esbelto ano de vinte mil e vinte sete

a tão ambicionada uniformização:  Estamos

hoje na ilha - com betão ou sem betão - como

no Bangladesh  Siri Lanka ilhas Caimão 

do já longínquo ano de 2021. Ou será 2027?


                                                                                          Vìtor Teves

                                                                                                    17.09.21



 

 

 

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