DA REFORMA - À hora do almoço - Quero aqui anunciar aos meus queridos e altíssimos nobres leitores de que me vou reformar das letras. A flecha acertou-me em cheio e já não consigo levantar as costas nem as costas nem o ego do meu lado direito. É por isso que me vou. Oh amargurada vida das letras sonhei ser um Prado Coelho e acabei tão tristemente na gaveta de todas as cuecas cor-de-rosa choque! - À hora do jantar - Quero anunciar que depois de muitos pedidos de gente humilde e inteligente (a mesma multidão que pediu Barrabás) que não haverá reforma antecipada para as minhas nobres letras e canções de embalar. Só eu governo esta cidade! Só a ela me consigo agarrar como a este triciclo de três rodas e campainha luzente. ...
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Showing posts from February, 2022
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NA ENFERMARIA Nós aqui neste gabinete de dois metros por dois metros não censuramos ninguém não atiramos pedras a ninguém não obedecemos a ordens de e-mails nem sequer damos importância a polémicas que nos aborrecem de morte! A não ser quando nos mordem os pés sacerdotisas do Sul usurpadoras do Oeste insignificâncias do Atlântico! Dizia a criatura revestida a Ego Branco convicta das palavras que usava! Aquela que dizia ter transformado César em Joaquinha . Tão ridícula cagando soberba em todas as revistinhas de merda do país. Maior o verso pior o cheiro! E quando me afastei do morto bairro vi sua Excelência a aproximar-se ansiosa do microfone veio anunciar que aquele que se afastou por livre vontade era – imaginem - o Ser Expulso! Há que torcer em Portuguese Palace os panos certos não é assim? Sena rir-se-ia de tão pedante...
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O TEU MARIDO O teu marido faz poemas em linha murcha (mau presságio)! São linhas dessas que se encontram facilmente à saída da missa de domingo. Onde? Nas cortinas que cobrem as paredes onde todos passam as mãos. São “poemas” - diz ele - que lembram penduradas bananas (e como tão bem se aplica a imagem ao visado) estendidas por quatro páginas a fingir de imponente a fingir de poema glorioso - falhado poema desde a nascença! É essa a condição a mesma condição escorregadia do vómito que tão bem o leva à lareira. Não ao fogo - porque nem o fogo estimula - mas à cobertura da lareira. Aquela gota que sem peso cai a pique. E como é triste esta visão de um “poema” gota escorrendo na pobreza da parede sem que ninguém o venha acolher. Nem mesmo uma esposa coroada manhã cedo pelos louros qu...