O MAIOR SUDÁRIO VIVO
Lá
vai o poeta arrastando-se
em
mais um esfarelado sudário
(sempre
o sudário sempre o vinho)
pelas
manhãs da amorfa livraria.
Para
quem se julga imitar o rouxinol
(sagrado
do deserto sempre húmido)
facilmente
se queima na taça da prata.
E ligeiro o tempo passa rasgando os
elevados modernos manifestos todos
comprados: fava garrafão vinho de
cheiro.
Quando a eternidade chegou já pouco
restava do farelo: gota
buraco gota.
Vítor Teves
04.05.2023
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